Aldeia do Bispo e seu Termo

Aldeia do Bispo e seu Termo
-das origens-

Aldeia do Bispo, Sabugal, é  póvoa de geografia raiana com boa mancha do seu termo enclavejada  em território hoje sob domínio castelhano. Exibe certidão de nascimento bem atestada por 2 machados líticos e 1 escopro em bronze, manobrados nas serventias do dia a dia pelos seus avitos, vai já para além de quatro mil anos. Estão à guarda do Museu Nacional de Arqueologia nos Jerónimos em Lisboa.
É a vida de senhora com tão provecta  idade que o trabalho Aldeia do Bispo e seu Termo – das origens –   nos mostra em progressão diacrónica:  baptismo e o porquê de um nome perifrástico de extracção quiçá lombarda-árabe-católica. Jurisdicão e obediência ao bispo Martinho, o primeiro em Ciudad Rodrigo.

Os documentos de 1191,  1219, 1226. A Cédula de Baptismo datada de 1320-1321. Súplicas ao Papa Urbano V.  Alcanises ou enxerto forçado em Lamego. Secessão de Navasfrias-Genestosa para Castela. Património inestimável de 32 tumbas talhadas na rocha nua. Sessenta anos de cativeiro filipino; ataques, talagem de campos nas Guerras da Beira. Comunidade posta a ferro e fogo pelos soldados de Massena. Guerra Civil de Espanha com desfiles militares dos falangistas espanhóis em Aldeia do Bispo. A hora do chacal: linchamentos em Aldeia do Bispo de foragidos políticos espanhóis.

Vida de penúria: meia aldeia em actividades agrícolas de subsistência; a outra metade dedicada ao contrabando. Em 1953 começa a Debandada Geral ou o salto a salto para França, terra onde corria o leite e o mel, com francos franceses. Diário da caminhada de Aldeia do Bispo para Écomoy em 1963.

Insculturas, datas, signos, incisos, malhoeiras, fitocalcificações pelo termo da Aldeia.
Sarilhos, alambiques e taramelas.

O livro é da autoria de  um filho de Aldeia do Bispo. Pode ser adquirido contactando o autor : Hermínio Fernandes  Tel: (00351)  214 86 57 63

Apresentação do livro em Aldeia do Bispo

Apresentacao

 

Uma das principais dificuldades com a qual deparam os estudiosos desta nossa região de CimaCôa, reside na falta de indicios capazes de permitir uma rigorosa e inequivoca compreensão da realidade histórica.
Por se tratar de  “terras de ninguém” ora para cá, ora para lá da fronteira, as referências documentais escasseiam e quando existem, aparecem bastante reduzidas e dispersas.

A compreensão dos tempos das origens, requer todo um trabalho de investigação e pesquisa, que só à força de perseverança pode contribuir para desvendar as brumas em que se deixou adormecer a “nossa” história.
Não sendo uma história “espectacular”, é a história à dimensão de homens que foram realisando o feito “histórico” de “se libertar da lei da morte”, vivendo as suas crenças e esperanças, preservando ao longo dos anos o fio ténue que permitiu a existência das gerações que nos precederam nestas paragens.

Esta procura (quête) das origens, esta preocupação ancestral de conher o que antecede para melhor compreender o presente, é tanto mais necessária, quanto mais multiplas e dispersas  se afiguram as nossas raizes no passado. Ao final, os vestigios aí estão, discretos, silenciosos, contando só para quem quer ouvir, como se fez a caminhada rumo aos nossos dias.

Para compreender de onde vimos, não nos podemos  contentar em procurar explicações nas referências que conhecemos hoje. Torna-se imperativo olhar além e tentar compreender de maneira global a evolução realizada nas suas componentes geográficas, sociais  e religiosas.

Considerando que o que somos, é função do onde estamos, a análise de Herminio Fernandes abrange muito naturalmente, toda a região da raia do Sabugal assim como a da raia de Cidade Rodrigo, sem as limitações  das fronteiras actuais.

Estes trabalhos, foram realizados metódicamente e de maneira cientifica por Herminio Fernandes recolhendo provas, pesquisando nos livros en português arcaico, en latin, en grego, em inglês das bibliotecas portuguesas e espanholas, calcurreando os montes tentando decifrar os livros empedernidos espalhados pelos campos de toda a região. Deste trabalho levado a cabo durante  mais de quatro anos, com persistência e teimosia, o autor apresenta-nos agora, o resultado afirmando o que provou e calando o que, sem provas, considera como meras conjecturas, interpretações ou suposições.

Falassem as pedras que muito mais ficou por dizer, Aldeia do Bispo – das origens e seu termo, é uma introdução, um convite ao estudo rigoroso de toda uma região à procura da sua verdadeira  identidade que se esvaíu no tempo .

Ao  longo deste trabalho, Herminio Fernandes vai despertando a alma do que foi contemporâneo do passado numa perspectiva diacrónica que nos faz viajar dos machados liticos recolhidos no termo de Aldeia do Bispo ao surto migratório para França, passando pela catalogação das inumeras litotumbas existentes na fregusesia ou pelos ataques do Duque de Alba aquando das invasões francesas.

Trata-se de uma obra original, em que o rigor da ciência desce ao povoado continuando acessível a todos quantos quiserem beneficiar de uma ”visão cientifica” que esta “pequena história” que se viveu nestas nossas regiões também merece.

Domingos Ricardo

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